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Anvisa aprova Mounjaro como tratamento para obesidade

Anvisa aprova Mounjaro como tratamento para obesidade

Publicado em 09/06/2025 por lucas

Medicamento já era aprovado para diabetes tipo 2

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou oficialmente o uso do medicamento Mounjaro (tirzepatida) como tratamento para a obesidade. Até então liberado apenas para o controle da diabetes tipo 2, o fármaco agora pode ser prescrito também para pessoas que enfrentam a obesidade associada a pelo menos uma comorbidade.

A decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira, 9 de junho de 2025. O Mounjaro é aplicado por meio de uma caneta injetável, de uso semanal, e passou a ser comercializado no Brasil em maio. Antes da liberação ampliada, a tirzepatida estava restrita ao tratamento de pacientes com diabetes tipo 2.

A aprovação marca um novo avanço no combate à obesidade no país, ampliando as opções terapêuticas disponíveis no mercado, que já contava com outros medicamentos como a semaglutida, princípio ativo do Ozempic.

Como o Mounjaro atua no organismo

A tirzepatida é uma molécula inovadora que atua simultaneamente em dois receptores hormonais ligados ao controle do apetite: o GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1) e o GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose). Essa ação dual contribui tanto para a regulação da glicemia quanto para a redução do peso corporal.

De acordo com a farmacêutica responsável pela fabricação do medicamento, essa abordagem é inédita entre os tratamentos disponíveis até então. Estudos clínicos apontam que pacientes que utilizaram a tirzepatida apresentaram significativa perda de peso e melhora em indicadores metabólicos.

A combinação desses efeitos favorece especialmente pessoas com obesidade associada a comorbidades como hipertensão, dislipidemia e resistência à insulina, entre outras condições frequentemente ligadas ao excesso de peso.

Regras para prescrição e obrigatoriedade da receita

A Anvisa também definiu que a compra do Mounjaro, assim como de outros medicamentos da categoria chamados de “canetas emagrecedoras”, exigirá a retenção da receita médica. Essa medida visa coibir o uso indiscriminado dos produtos e garantir que apenas pacientes devidamente avaliados possam ter acesso ao tratamento.

A regulamentação acompanha o aumento da procura por medicamentos para emagrecimento no país, muitos deles utilizados fora das indicações médicas, o que pode gerar riscos à saúde pública. A decisão da Anvisa busca equilibrar a expansão terapêutica com a segurança dos usuários.

Preços e disponibilidade das versões do medicamento

O Mounjaro será disponibilizado em duas concentrações: 2,5 mg e 5 mg, ambas administradas em aplicações semanais por meio de canetas injetáveis descartáveis. Os preços variam conforme o canal de compra e a participação em programas de descontos oferecidos pela fabricante.

Preços da dosagem 2,5 mg (caixa com 4 canetas):

  • Programa Lilly (e-commerce): R$ 1.406,75
  • Programa Lilly (loja física): R$ 1.506,76
  • Fora do programa: R$ 1.907,29

Preços da dosagem 5 mg (caixa com 4 canetas):

  • Programa Lilly (e-commerce): R$ 1.759,64
  • Programa Lilly (loja física): R$ 1.859,65
  • Fora do programa: R$ 2.384,34

Ainda não há previsão exata sobre quando todas as farmácias e redes de distribuição terão o medicamento em estoque com a nova indicação, mas a expectativa é de rápida adesão por parte de endocrinologistas e clínicas especializadas.

Contexto da aprovação e impacto na saúde pública

O crescimento da obesidade no Brasil e no mundo tem levado autoridades sanitárias a buscar novas abordagens terapêuticas. Segundo dados recentes, cerca de 22% da população adulta brasileira é considerada obesa, o que eleva significativamente os riscos de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e outras complicações graves.

A chegada do Mounjaro como opção para tratamento da obesidade amplia as alternativas não cirúrgicas e potencialmente menos invasivas para o controle do peso. No entanto, especialistas ressaltam que o uso do medicamento deve sempre estar associado a mudanças de hábitos alimentares, atividade física e acompanhamento médico constante.

Além do impacto individual, a ampliação do acesso a tratamentos eficazes pode reduzir a pressão sobre o sistema público de saúde, diminuindo a ocorrência de internações e complicações decorrentes da obesidade não tratada.

Perspectivas futuras para tratamentos com tirzepatida

A aprovação da tirzepatida para tratamento da obesidade abre portas para novos estudos e formulações, inclusive em dosagens superiores já aprovadas em outros países. A expectativa é que o medicamento continue sendo analisado em contextos de prevenção e tratamento de outras condições metabólicas.

Para pacientes que já utilizavam o Mounjaro para diabetes tipo 2 e que também enfrentam dificuldades com o peso, a ampliação da indicação pode representar uma abordagem mais completa e eficiente.

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O avanço representa não apenas uma nova alternativa no mercado, mas também o reconhecimento da obesidade como uma doença multifatorial que exige estratégias médicas mais robustas, com base científica e respaldo regulatório.


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