Brasil reitera apoio a diálogo direto entre Putin e Zelensky

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou por telefone com o chanceler ucraniano, Andrii Sybiha, nesta terça-feira (13), e reiterou o apoio do Brasil a um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia por meio de uma negociação direta entre os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.

Segundo nota do Itamaraty, Vieira destacou a satisfação do presidente Lula com os sinais de abertura ao diálogo por parte de ambos os líderes. Embora não haja confirmação oficial do Kremlin, há expectativa de que os presidentes possam se encontrar em breve na Turquia para iniciar as tratativas.

“O ministro Mauro Vieira manteve telefonema com o chanceler da Ucrânia, Andrii Sybiha, e reafirmou que a negociação direta entre os dois países é a fórmula defendida pelo Brasil desde o início do conflito”, informou o Ministério das Relações Exteriores.

Brasil como mediador

Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, o presidente Lula tem defendido uma solução negociada para o conflito. Ele também propôs que as conversas de paz sejam conduzidas com o apoio de países aceitos por ambas as partes, como China, África do Sul, Indonésia e o próprio Brasil.

Na semana passada, Lula esteve em Moscou durante as comemorações dos 80 anos da vitória sobre o nazismo. Na ocasião, se encontrou com Putin no Kremlin e teria feito um apelo por um cessar-fogo imediato entre os dois países.

Desentendimentos entre Lula e Zelensky

Ainda que o Brasil defenda uma saída pacífica para o conflito, Lula e Zelensky divergiram publicamente sobre o rumo das negociações. O presidente brasileiro declarou que a solução deveria ser diplomática, sugerindo que Zelensky deveria se abrir ao diálogo. Em resposta, o líder ucraniano afirmou que o Brasil havia perdido relevância nas negociações e declarou: “o trem do Brasil já passou”.

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Declaração conjunta Brasil-China

Durante visita à China, Lula e o presidente Xi Jinping divulgaram uma declaração conjunta em que reforçam a necessidade de um diálogo direto entre Rússia e Ucrânia como a única forma legítima de encerrar a guerra.

“Brasil e China avaliam positivamente os sinais recentes de disposição para o diálogo e expressam expectativa de que as partes cheguem a um entendimento que leve a negociações frutíferas. Uma solução política duradoura e justa deve considerar as preocupações legítimas de todos os envolvidos”, diz o comunicado.

Lula reforçou que nenhuma das partes deve impor sua vontade e que o diálogo seria a melhor saída não apenas para Ucrânia e Rússia, mas também para a estabilidade global. “Se os dois estiverem dispostos a negociar, será muito melhor para a Ucrânia, muito melhor para a Rússia, para a Europa e para o mundo”, declarou.