José Mujica está em estado terminal e recebe cuidados paliativos, diz esposa

O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, está em estado terminal e sob cuidados paliativos, conforme informou sua esposa, Lucía Topolansky. A declaração foi dada ao jornal “La Diaria” e confirma que o quadro de saúde do ex-líder uruguaio é irreversível.

“Está em seu término”, disse Topolansky, que também foi vice-presidente do país. Segundo ela, os médicos estão fazendo o possível para garantir que essa fase final ocorra da maneira mais tranquila possível.

Ausência nas eleições e condição de saúde

A imprensa questionou a ausência de Mujica nas eleições locais realizadas no domingo (11). Em resposta, Topolansky explicou: “Íamos fazer um esforço para ir votar, mas sair de carro era demais para ele, e a médica recomendou que não fosse”.

“Estou com ele há mais de 40 anos e estarei até o fim. Foi o que prometi”, afirmou ela, destacando a dificuldade de manter a privacidade diante da notoriedade de Mujica. “Com um personagem como o Pepe, é meio impossível”, completou.

Histórico da doença

Mujica, de 89 anos, revelou em janeiro que o câncer no esôfago havia se espalhado para o fígado e que seu corpo não suportaria tratamentos intensivos devido a outras condições crônicas.

“Tenho duas doenças crônicas e uma condição imunológica há mais de 20 anos que afeta meus rins. Por isso, não posso passar por tratamentos químicos nem cirurgia”, declarou na época.

Reflexões de uma vida pública intensa

Reconhecido internacionalmente por seu estilo de vida simples, José Mujica afirmou recentemente que encerra sua trajetória política “tranquilo e grato”. Apesar de ter enfrentado anos de prisão durante a ditadura uruguaia, considera que teve uma vida plena.

“A vida é uma bela aventura e um milagre. Estamos muito focados na riqueza e não na felicidade. Estamos focados apenas em fazer as coisas e, antes que você perceba, a vida já passou”, refletiu o ex-presidente.

Legado político e pessoal

Mujica é considerado uma das figuras mais icônicas da política latino-americana, admirado por sua postura humilde mesmo após ocupar a presidência do Uruguai entre 2010 e 2015. Sua trajetória como guerrilheiro, prisioneiro político e chefe de Estado tornou-se símbolo de resistência, sobriedade e integridade pública.

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Ele continua sendo respeitado por lideranças internacionais e por grande parte da população uruguaia, que acompanha com emoção essa fase delicada de sua vida.