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Manuela: a cadela que simbolizou a vida simples de José Mujica

Manuela: a cadela que simbolizou a vida simples de José Mujica

Publicado em 13/05/2025 por lucas

Manuela: a cadela que simbolizou a vida simples de José Mujica

Entre as figuras que marcaram a trajetória de José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, uma das mais lembradas é a cadela Manuela. Com apenas três patas, ela esteve ao lado de Mujica durante boa parte de sua vida pública e tornou-se um dos símbolos do estilo de vida humilde adotado pelo político.

Manuela acompanhava Mujica em compromissos oficiais, entrevistas e eventos de governo. Era comum vê-la nas imagens que retratavam a rotina simples do casal presidencial em sua chácara nos arredores de Montevidéu, onde viviam com poucos luxos.

A cadela perdeu uma das patas após um acidente com um trator dirigido pelo próprio Mujica. Mesmo com a limitação, continuou ao lado do ex-presidente com lealdade impressionante. Em entrevistas, Mujica chegou a descrevê-la como “a integrante mais fiel” de sua gestão.

Manuela ganhou fama internacional, tornou-se personagem de vídeos e memes e virou símbolo da coerência entre o discurso e o modo de vida de seu dono. Ela faleceu em junho de 2018, aos 22 anos, e foi enterrada na chácara da família, onde Mujica também expressou o desejo de ser sepultado.

Uma trajetória marcada por valores e simplicidade

José Mujica morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos, após enfrentar um câncer no esôfago. O político vinha recebendo cuidados paliativos desde o início de 2025. Sua morte foi confirmada pelo presidente uruguaio Yamandú Orsi, que prestou homenagem pública ao ex-líder.

Mujica nasceu em 1935, em Montevidéu. Ingressou na luta armada nos anos 1960 como integrante dos Tupamaros. Ferido em confrontos, preso por 14 anos e torturado durante a ditadura, foi libertado com a anistia de 1985. Passou então a atuar na política institucional, sendo eleito deputado, senador e, posteriormente, presidente do país.

Presidência e legado

Governou o Uruguai entre 2010 e 2015, período em que ampliou gastos sociais, legalizou o consumo de maconha e adotou políticas progressistas. Durante sua gestão, o salário mínimo aumentou significativamente e a pauta de direitos civis avançou.

Internacionalmente conhecido como “o presidente mais pobre do mundo”, Mujica vivia com austeridade e destinava grande parte de seu salário a ações sociais. Dirigia seu Fusca 1987 até a sede do Executivo e mantinha uma horta em casa.

Após deixar a presidência, retornou ao Senado até 2020. Nos últimos anos, dedicou-se à vida rural, longe dos holofotes, mas sempre respeitado como uma das vozes mais autênticas da política latino-americana

veja tambem: José Mujica, ex-presidente do Uruguai, morre aos 89 anos

Em entrevistas, expressava sua visão filosófica sobre a existência: “Não tenho religião, mas sou quase panteísta: admiro a natureza”. Sua vida — e a presença fiel de Manuela — simbolizam uma rara coerência entre palavras e atitudes.


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