Mortes de Cavalos Levantam Suspeitas Sobre Ração Proibida

Ração foi proibida após mortes em haras e centros de treinamento

Uma série de mortes de cavalos registrados em diferentes regiões do país colocou em alerta autoridades sanitárias e o setor agropecuário. A origem do problema estaria supostamente relacionada a uma ração equina fabricada por uma empresa que, por determinação do governo federal, teve sua produção e comercialização proibidas temporariamente.

O Ministério da Agricultura determinou a suspensão imediata da fabricação, distribuição e comercialização de dois produtos da linha voltada a cavalos. A medida foi tomada após relatos de intoxicação em animais, possivelmente associada ao consumo da ração em questão.

A proibição abrange tanto a produção quanto o comércio de lotes já existentes, e obriga o recolhimento imediato das unidades em circulação. A pasta justificou a decisão com base em indícios preliminares de contaminação que poderiam representar riscos à saúde animal.

Fabricante nega contaminação e diz que segue colaborando

A empresa responsável pela ração divulgou nota oficial na qual afirma estar colaborando com as investigações. De acordo com o comunicado, análises laboratoriais independentes já foram solicitadas, e a companhia aguarda os laudos definitivos antes de se posicionar sobre a suposta relação entre seus produtos e os casos de morte.

Ainda segundo a nota, os produtos foram fabricados dentro dos padrões estabelecidos por órgãos reguladores, utilizando matérias-primas aprovadas e seguindo protocolos de segurança. A empresa afirma não ter identificado qualquer anormalidade nos testes de controle de qualidade internos.

“Temos um compromisso com a saúde animal e a integridade do setor. Assim que os resultados forem finalizados, tomaremos todas as medidas necessárias com total transparência”, destacou a empresa em seu posicionamento.

Casos de mortes se espalham por estados do Sudeste

Os primeiros registros de cavalos com sintomas de intoxicação surgiram em centros de treinamento e haras particulares, especialmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Em alguns locais, os animais apresentaram sinais clínicos como apatia, alterações neurológicas, fraqueza muscular e, em casos graves, faleceram poucas horas após a ingestão da ração.

Relatos de criadores apontam que os cavalos alimentados com a ração em questão foram os únicos afetados, o que reforçou a suspeita de que o produto pudesse estar ligado ao surto. Alguns proprietários já acionaram advogados e avaliam medidas legais contra o fabricante.

A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos se pronunciou em apoio às investigações e ressaltou a importância da celeridade na apuração dos fatos. Segundo a entidade, o impacto econômico e emocional causado pelas mortes é expressivo e requer atenção urgente.

Investigação segue sob sigilo e resultados devem sair nos próximos dias

O Ministério da Agricultura informou que os lotes recolhidos estão sendo submetidos a análises em laboratórios credenciados. A investigação segue em caráter sigiloso até a conclusão dos exames. Caso seja comprovada a contaminação, medidas administrativas e judiciais poderão ser adotadas contra a empresa envolvida.

Especialistas alertam que o consumo de alimentos contaminados pode gerar efeitos graves em cavalos devido à sua fisiologia sensível. Produtos mal armazenados ou com matérias-primas inadequadas podem desencadear intoxicações severas, e até mesmo fatais, como parece ter ocorrido nesses episódios.

Enquanto os laudos não forem finalizados, criadores foram orientados a suspender imediatamente o uso da ração suspeita e a relatar quaisquer sintomas atípicos observados em seus animais aos órgãos veterinários competentes.

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A situação serve como alerta para a necessidade de fiscalização rigorosa no setor de nutrição animal, destacando a responsabilidade de fabricantes, revendedores e criadores na cadeia produtiva do agronegócio.