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Presença de Lula ao Lado de Putin no Dia da Vitória é Vista como Sinal Negativo para Democracias, Avaliam Analistas

Presença de Lula ao Lado de Putin no Dia da Vitória é Vista como Sinal Negativo para Democracias, Avaliam Analistas

Publicado em 08/05/2025 por lucas

Participação do presidente brasileiro nas celebrações militares na Rússia ao lado de Vladimir Putin levanta críticas sobre alinhamento político e mensagem diplomática do Brasil.

A presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Moscou para participar das celebrações dos 80 anos da vitória soviética sobre a Alemanha nazista ao lado do presidente russo Vladimir Putin gerou forte repercussão entre especialistas em relações internacionais e analistas políticos.

Para eles, o gesto transmite uma mensagem preocupante para a democracia brasileira, especialmente diante da postura autoritária do governo russo e da guerra em curso contra a Ucrânia, iniciada há mais de três anos sem provocação por parte dos ucranianos.

“É difícil compreender o posicionamento do Brasil neste cenário. A presença de Lula ao lado de Putin demonstra uma diplomacia equivocada e distante dos valores democráticos”, afirmou o analista político Ricardo Rangel.

Contradição com discurso democrático

Segundo os analistas, há uma incoerência entre a presença de Lula em Moscou e o discurso que o elegeu em 2022, de defesa intransigente da democracia e dos direitos fundamentais. Ao lado de Putin — apontado por organizações internacionais como um autocrata — Lula passa uma imagem de ambiguidade diplomática em um momento de tensão global.

Rangel lembra que o presidente brasileiro tem adotado discursos dúbios em relação à guerra na Ucrânia, inclusive culpando o governo ucraniano e seus aliados ocidentais por prolongarem o conflito. “Lula poderia visitar Moscou em qualquer outro momento, mas escolheu uma data carregada de simbolismo, o que reforça a leitura de aliança ou conivência”, disse.

Para ele, o gesto se soma a outras sinalizações do atual governo brasileiro que vêm gerando desgaste na relação com democracias liberais, especialmente na Europa.

Dia da Vitória: mais que uma celebração

O Dia da Vitória marca a rendição da Alemanha nazista à União Soviética e aos aliados em 1945. Na Rússia de Putin, a data é celebrada com discursos nacionalistas e grandes desfiles militares, sendo usada como instrumento de propaganda política para reforçar sua liderança — inclusive durante o conflito com a Ucrânia.

“Há um fardo simbólico em se aproximar da Rússia nesse contexto”, avaliou André Perfeito, mestre em economia política. “Mesmo fazendo parte dos Brics, o Brasil é uma democracia, e isso precisa ser refletido na sua postura internacional.”

Lula jantou com Putin no Kremlin nesta quinta-feira (8), dando início a sua agenda oficial na Rússia.

Posição do Brasil sobre a guerra

Durante 2023, o governo brasileiro tentou atuar como mediador entre Rússia e Ucrânia, sem sucesso. Em abril de 2024, durante visitas à China e aos Emirados Árabes, Lula atribuiu parte da responsabilidade pela guerra à Ucrânia e criticou os Estados Unidos e a União Europeia por “alimentarem o conflito”.

Diante da repercussão negativa internacional, o presidente recuou parcialmente, passou a defender a integridade territorial ucraniana e voltou a propor negociações entre as partes.

No entanto, a escolha de estar ao lado de Putin em uma data com forte carga ideológica e militar representa, segundo analistas, uma das mais graves contradições diplomáticas de seu governo até agora.

Rumo à China

Após os compromissos em Moscou, Lula seguirá para Pequim, onde terá encontros oficiais nos dias 12 e 13 de maio. Entre eles, uma reunião bilateral com o presidente chinês Xi Jinping e participação no Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).

A visita ocorre em meio a uma guerra tarifária entre China e Estados Unidos, com Pequim sendo o principal alvo das sanções comerciais impostas desde o governo Donald Trump.

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Apesar de a China ser o maior parceiro comercial do Brasil, o país também é governado por um regime autocrático, o que reforça os questionamentos sobre os rumos diplomáticos do atual governo brasileiro.



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